domingo, 19 de setembro de 2010

Gagueira não tem graça...tem tratamento

A disfemia é um distúrbio da fluência da fala que se caracteriza pela interrupção de ritmo, mais ou menos brusca, da expressão verbal. A ruptura do discurso é acompanhada de outros sinais anormais que afetam funcionalmente a coordenação fono respiratória e o tono muscular, bem como respostas emocionais e negativas.
A este distúrbio do ritmo da fala (gagueira), soma-se uma série de fatores psicopatológicos que complicam o quadro, transformando a disfemia em uma síndrome complexa e de difícil tratamento. A descoordenação dos movimentos seria responsável pela gagueira básica, enquanto a alteração emocional seria um fenômeno secundário à gagueira, adquirido e responsável pela complicação e persistência do distúrbio. Sua etiologia é ainda hoje mal conhecida. Não se reconhece uma causa única, sendo polifatorial.
A semiologia básica da disfemia é constituída por duas formas diferenciadas de gagueira: Gagueira tônica e Gagueira clônica, ambas as formas de gagueira costumam ocorrer concomitantemente no mesmo indivíduo, com maior predomínio de uma delas.
 Tipos de Gagueira
  • Gagueira tônica: caracterizada por uma fala entrecortada, com espasmos que afetam diversos grupos musculares relacionados a fonação, que provocam um bloqueio da fala.
  • Gagueira clônica: produzida por breves e rápidas contrações bucais que dão lugar a uma repetição compulsiva de vocábulos.
 Etiologia
As diferentes versões evocadas acerca da etiologia da disfemia, desde as teorias psicogênicas até as somatogênicas, não foram capazes de dar nada além de explicações parcialmente plausíveis da questão. Atualmente, busca-se uma abordagem integradora que relacione fatores somáticos de caráter hereditário a fatores psicológicos responsáveis pela persistência e complicação do problema.

 Incidência e evolução
As diferentes estatísticas feitas sobre a da incidência da disfemia, pode-se dizer que em torno de 1% das crianças pequenas apresentam anomalias de fluência verbal, que poderiam ser catalogadas como provável disfemia. O certo é que não existem estudos definidos sobre este particular. A disfemia afeta uma mulher para cada 3 ou 4 homens e seu início antes dos 8 anos, em 9 de cada 10 casos.
Em alguns casos, a intensidade da sintomatologia diminui ao chegar a adolescência. Em muito poucos casos, o problema desaparece espontaneamente e na imensa maioria persiste durante toda a vida.

Sintomatologia
  • Dificuldade em articular;
  • Evita falar;
  • Pode articular palavras, mas não frases longas.
Metodologia da Avaliação
            O primeiro encontro do fonoaudiólogo com o indivíduo que gagueja pode ser realizado de modo informal, obtendo se um bom contato terapêutico com o paciente e com a família e buscando os seguintes objetivos: Obter uma impressão diagnóstica confiável, informar brevemente o paciente e/ou família das características do distúrbio e planejar a terapêutica a ser seguida bem como uma primeira impressão de prognóstico sem dar a priori falsas expectativas de solução.
            A avaliação completa requer várias sessões, não somente devido à duração dos testes, mas também em razão da variabilidade da gagueira de um momento para o outro.
            Tratamento
Objetivos do tratamento
A eliminação total da gagueira não pode ser vista como objetivo a ser alcançado com garantias de êxito, sobretudo quanto mais velho for o disfêmico. O ponto de vista terapêutico mais razoável é tentar eliminar o máximo a sintomatologia associada à gagueira, típica de disfemia constituída e, no caso da criança pequena, tentar evitar que a gagueira se complique.

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