terça-feira, 28 de setembro de 2010

CECEIO

 Com certeza você já ouviu falar em "língua presa". Na verdade, o que as pessoas chamam de língua presa tem o nome de ceceio.


Ceceio é uma distorção na fala em decorrência de uma alteração na postura da língua, que se projeta entre os dentes ou se apóia nestes. A projeção pode ser anterior ou lateral e ocorre principalmente na produção dos fonemas /s/ e /z/, dando aos sons semelhança de “x” (ex.: “S(x)abe que eu não s(x)ei?”). Pode estar relacionada ao tônus (força) da língua ou a maus hábitos, como: chupar dedo ou chupeta e alimentação muito pastosa e mole para a idade.
Nem sempre o problema é puramente estético, pois pode ser causa ou conseqüência de problemas ortodônticos ou respiratórios, sendo que um ajuda a manter o outro. Crianças que respiram pela boca, por exemplo, desenvolvem uma postura incorreta da língua (espalhada no soalho da boca) e dos lábios (sempre abertos). Essa postura acarreta flacidez da musculatura oral e da face, podendo até alterar a fisionomia da criança. A flacidez dos músculos aliada à postura inadequada da língua e dos lábios facilitam a projeção da língua durante a deglutição e a pronúncia dos fonemas.
Tratamento
Se a causa for o freio curto, pode ser necessária uma pequena cirurgia ambulatorial. Essa cirurgia é muito simples e pode ser feita em crianças pequenas que nem começaram a falar (prevenindo compensações futuras). A partir da observação do choro da criança, pediatras mais atentos conseguem detectar o problema.
O tratamento fonoaudiológico para o ceceio (após o diagnóstico e planejamento das atividades específicas) é por intermédio de exercícios, que devem ser realizados todos os dias. A dedicação do paciente é fator fundamental para que o tratamento tenha resultado, já que os exercícios melhorarão a força da musculatura e a posição da língua.
O tempo de tratamento depende de diversos fatores. Apenas o profissional poderá dizer quando é o momento da alta.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Atuação da Fonoaudiologia na Disfagia

     Disfagia é um distúrbio da deglutição, em diferentes fases: preparatória oral, faríngea e esofágica, afetando crianças e adultos. A deglutição acontece de forma imprecisa e lenta, com diferentes alimentos.
A deglutição pode ser definida pelo ato de engolir. Participam da deglutição os músculos da face, língua, mastigatórios, faríngeos, esofágicos e respiratórios. Distúrbios neurológicos que prejudicam a contração coordenada de qualquer um desses músculos podem causar disfagia e secundariamente, obstrução das vias aéreas, pneumonia por aspiração e desnutrição.
Os principais sintomas são:

As causas da disfagia são complexas mas abaixo citaremos algumas prováveis:

  • Acidente vascular encefálico

  • Paralisia cerebral

  • Traumatismo crânio encefálico

  • Câncer de laringe

  • Tumor cerebral

  • Esclerose lateral amiotrófica

  • Esclerose múltipla

  • Alzheimer

  • Parkinson

  • Distrofias neuro musculares

  • Durante recuperação pós cirúrgica
» tosse, durante ou após deglutição ou "voz molhada";
» pigarro durante ou após deglutição;
» modificação na dieta (consistência, quantidade);
» presença de sialorréia;
» variação de peso;
» incoordenação respiratória enquanto dorme;
» mudança na postura de cabeça durante alimentação;
» utilização de algum medicamento.


O fonoaudiólogo é o profissional que atua na reabilitação da disfagia. Após o diagnóstico ocorre o tratamento que é fundamental e evita complicações respiratórias, nutricionais, internações prolongadas, inclusive diminui a exposição a infecções hospitalares.
.A Reabilitação Fonoaudiológica trata-se de restabelecer a função normal, ou compensatória, fazendo com que o paciente consiga se alimentar normalmente e reduzindo a probabilidade da utilização ou indicação do uso de sonds para a alimentação; acontecendo em 2 níveis:
1. A reabilitação propriamente dita, pode ser feita através das técnicas
» passivas e ativas
2. O gerenciamento das alterações de deglutição e treinamento junto ao paciente e familiares.


Conheça mais, converse com seu fonoaudiólogo!!
Fonte: http://www.fonoaudiologia.med.br/gerontologia/32-atuacao-da-fonoaudiologia-na-disfagia

http://www.brasilfonoaudiologia.com.br/Disfagia.html

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Saúde e Higiene Vocal (para professores)

Como a voz é produzida?
A voz humana é produzida pela vibração do ar que é expulso dos pulmões pelo diafragma e que passa pelas pregas vocais e é modificado pela boca, lábios e a língua.A voz humana é produzida pelas pregas vocais (cordas vocais)
A voz é uma característica humana intimamente relacionada com a necessidade do homem de se agrupar e se comunicar. Ela é produto da nossa evolução, um trabalho em conjunto do sistema nervoso, respiratório e digestivo, e de músculos, ligamentos e ossos, harmoniosamente atuando para que se possa obter uma emissão eficiente.

Transtorno Vocal Ocupacional:
n      Recentes pesquisas mostram que fatores como:
n       demanda vocal;
n      ruído de fundo;
n       distancia interfalantes;
n       qualidade do ar;
n       doenças respiratórias associadas a resistência vocal baixa e a técnica pobre contribuem para o aparecimento de lesões nas pregas vocais e rouquidão.
A prevenção na qualidade da voz do professor capacitam o profissional nos seguintes aspectos:
n      Quanto ao conhecimento e cuidado da própria voz;
n      Reduzem o fonotrauma em sala de aula;
n      Melhoram a qualidade da voz pessoal e da voz profissional;
n      Garantem um ganho na comunicação em sala de aula.

ORIENTAÇÃO ESPECÍFICA AO PROFESSOR
n      ANTES DAS AULAS
n       Hidratação.
n       Refeições leves.
n       Exercícios de aquecimento vocal.
DURANTE AS AULAS
Manutenção da hidratação.
q     Postura ereta e flexível.
q     Apoio simultâneo dos dois pés ao solo.
q     Manter ombros e cabeça na mesma direção.
q     Movimentar-se, mas emitir sempre de frente para a turma.

n       Ao usar o quadro:
q     Proteção das vias aéreas superiores.
q     Uso de pano úmido.
q     Não falar ou aspirar ao escrever ou apagar o quadro.
APÓS AS AULAS
n      Exercícios de desaquecimento vocal.
n      Repouso vocal (5 a 10 minutos).
Aquecimento Vocal
n      Permitir às pregas vocais maior flexibilidade.
n      Deixar a mucosa mais solta.
n      Dar maior intensidade e projeção à voz.
n      Proporcionar uma melhor articulação dos sons.
n      Reunir melhores condições gerais de produção vocal.
Desaquecimento
n      Propiciar o retorno ao ajuste fonorespiratório da voz coloquial.

OBS: sinais de rouquidão por mais de 15 dias procure um especialista Otorrino ou Fonoaudiologo

Disfagia em recém nascidos e lactentes

A disfagia ocorre quando há um descontrole na coordenação das funções de respiração e de alimentação. Pode- se dar como resultado de danos neurológicos congênitos ou adquiridos, estruturais ou funcionais, ou como consequência de estados mórbidos. Os distúrbios da deglutição no período neonatal ou lactente podem ser resultantes diretos de uma injúria ou ocorrer como problema associado, secundário à injúria ou ainda fazer parte de um quadro de doença sistêmica. Nas unidades neonatais, a população de risco requer com maior frequência a intervenção fonoaudiológica é, sem sombra de dúvida, a dos RNPTs. Embora a dificuldade por eles apresentada não possa ser considerada a priori como disfagia, sendo melhor conceituada como distúrbio transitório, pode evoluir para um quadro de dificuldade persistente, pois além da imaturidade característica do quadro, os RNPTs apresentam inúmeras condições frequentemente acompanhadas de disfunção na alimentação tais como: peso, muito desconforto respiratório ou doenças pulmonar da membrana hialina, hemorragia craniana peri e intraventricular, anemia, alterações metabólicas, displasia broncopulmonar e outros eventos que podem comprometer o funcionamento de seu sistema nervoso central e sua vitalidade geral. Assim é que diversos autores especializados apontam a prematuridade como causa da dificuldade persistente de deglutição.
O fenômeno da disfagia infantil difere em inúmeros aspectos de sua ocorrência na fase adulta. Em primeiro lugar, porque a fisiologia da deglutição no recém nascido e no lactente nos primeiros meses é ímpar, uma vez que envolve a succção como seu primeiro passo. Suas causas estão frequentemente ligadas a anormalidades congênitas, funcionais ou anatômicas e surgem nas primeiras tentativas de alimentar o bebê. E além disso, as aspirações são muito significativas na infância, devido às conexões anatômicas entre as vias digestivas e respiratórias e á ausencia dos mecanismos compensatórios que permitem ao adulto proteger as vias aéreas. Portanto, prevenir e intervir precocemente nas disfagias infantis é de extrema impôrtancia a curto, médio e longo prazos.
A intervenção terapêutica, nessa perspectiva de trabalho, tem por sustentação três pilares:
1. A avaliação clínica da alimentação
2. A intervenção terapêutica direta com RN ou lactente.
3. A atuação junto à equipe e à familia.


Autora: Ana Maria Hernandez e colaboradores em: Atuação Fonoaudiologica no Ambiente Hospitalar, editora Revinter 2001. Rio de janeiro. paginas 3,4,5-1

terça-feira, 21 de setembro de 2010

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

         Dificuldade de aprendizagem, é um tipo de desordem pela qual um indivíduo apresenta dificuldades em aprender efetivamente. Essa desordem afeta a capacidade do cérebro em receber e processar informação.

ETIOLOGIA

         Abuso de drogas
         Má nutrição
         Herança genética dos pais
         Falta de envolvimento dos pais durante as fases de desenvolvimento precoce do bebê
         Fatores orgânicos: relacionados com aspectos do funcionamento anatômico, como o funcionamento dos órgãos dos sentidos e do sistema nervoso central - alterações no processamento e habilidades auditivas;
         Variáveis ambientais, como ambientes familiares e educacionais inadequados.

Equipe Multidisciplinar

         Neurologista
         Otorrinolaringologista
         Oftalmologista
         Psicólogo
         Psicopedagogo
         Fonoaudiologo

A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).

DISLEXIA
         Caracteriza-se por uma dificuldade na área da leitura, escrita e soletração.
         Sinais indicadores de dislexia:
-         Pré-Escola, pré-alfabetização
         Aquisição tardia da fala
         Pronunciação constantemente errada de algumas sílabas
          Crescimento lento do vocabulário
         Problemas em seguir rotinas
         Dificuldade em aprender cores, números e copiar seu próprio nome
         Falta de habilidade para tarefas motoras finas (abotoar, amarrar sapato, ...)
         Não conseguir narrar uma história conhecida em seqüência correta
         Não memorizar nomes ou símbolos
         Dificuldade em pegar uma bola
Início do ensino fundamental - Alfabetização
         Dificuldades mais identificadas :
         fala.
         aprender o alfabeto planejamento e execução motora de letras e números preensão do lápis motricidade fina e do esquema corporal.
         separar e seqüenciar sons (ex: p – a – t – o ) habilidades auditivas - rimas
         discriminar fonemas de sons semelhantes: t /d; - g / j; - p / b.,
          diferenciação de letras com orientação espacial: d /b ;- d / p; - n /u; - m / u pequenas diferenças gráficas: e / a;- j / i;- n / m;- u /v
          orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano)
         orientação espacial (lateralidade difusa, confunde a direita e esquerda, embaixo, em cima) execução da letra cursiva

DISGRAFIA

         Também chamada de letra feia. Isso acontece devido a uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando a letra ilegível.
Algumas crianças com disgrafia possui também uma disortografia amontoando letras para esconder os erros ortográficos. Mas não são todos disgráficos que possuem disortografia
A disgrafia, porém, não está associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual.
Características:
         Lentidão na escrita, Letra ilegível, Escrita desorganizada.
- - Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves.
- - Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial.
- - Desorganização do texto, pois não observam a margem parando muito antes ou ultrapassando. Quando este último acontece, tende a amontoar letras na borda da folha.
- - Desorganização das letras: letras retocadas, hastes mal feitas, atrofiadas, omissão de letras, palavras, números, formas distorcidas, movimentos contrários à escrita (um S ao invés do 5 por exemplo).
- - Desorganização das formas: tamanho muito pequeno ou muito grande, escrita alongada ou comprida.
- - O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras são irregulares.
- - Liga as letras de forma inadequada e com espaçamento irregular

DISCALCULIA

         É definido como uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender e manipular números.
         Sintomas potenciais
         Dificuldades freqüentes com os números, confundindo as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
         Problemas de diferenciar entre esquerdo e direito.
         A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior.

DISLALIA

         Consiste na má articulação das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um pelo outro, ou ainda distorcendo fonemas. Quando a criança não consegue desenvolver um bom padrão de fala, com distinções claras dos fonemas acabará passando estas trocas para a escrita.

         Etiologia:
         A dislalia funcional é a mais frequente e se caracteriza incorretamente o ponto e modo de articulação do fonema.
         A dislalia orgânica faz com que a criança tenha dificuldades para articular determinados fonemas por problemas orgânicos. Quando apresentam alterações nos neurônios cerebrais, ou alguma má formação ou anomalias nos órgãos da fala.
         A dislalia audiógena se caracteriza por dificuldades por problemas auditivos. A criança se sente incapaz de pronunciar corretamente os fonemas porque não ouvem bem. Em alguns casos, é necessário que as crianças utilizem próteses.

DISORTOGRAFIA

         Disortografia é a dificuldade do aprendizado e do desenvolvimento da habilidade da linguagem escrita expressiva.Esta dificuldade pode ocorrer associada ou não a dificuldade de leitura, isto é, a dislexia.
Características:
- Troca de letras que se parecem sonoramente: faca/vaca, chinelo/jinelo, porta/borta.
- - Confusão de sílabas como: encontraram/encontrarão.
- - Adições: ventitilador.
- - Omissões: cadeira/cadera, prato/pato.
- - Inversões: pipoca/picoca.
- - Junções: No diaseguinte, sairei maistarde.

TDHA -Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

         O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico.Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
         Apresentam esse transtorno pessoas cuja bioquímica cerebral está comprometida e, portanto, absorve menos glicose em seu Lobo Frontal, o que compromete, inclusive, a liberação de dopamina (substância do prazer) e da endorfina. A pessoa passa a filtrar menos ou inadequadamente a quantidade e a velocidade de seus pensamentos e/ou ações.

Como se percebe a Hiperatividade na escola?

         A criança não fica parada na sala de aula;
         - Fala muito com os colegas;
         - Interrompe de maneira imprópria à professora;
         - Iniciativas descontroladas;
         - Tumultua a classe com brincadeiras fora de hora;
         - Apresenta desempenho abaixo do esperado, apesar de possuir inteligência normal ou acima do normal.



domingo, 19 de setembro de 2010

SÍNDROME DE ASPERGER... alterações prosódicas e semânticas

A síndrome de Asperger caracteriza-se como uma alteração qualitativa das interações sociais recíprocas semelhantes às observadas no autismo.
A síndrome de Asperger (SA), nome dado em homenagem ao pediatra vienense Hans Asperger (1906-1980), é um transtorno de validade nosológica incerta, caracterizado por uma alteração qualitativa das interações sociais recíprocas, semelhantes às observadas no autismo, com um repertório de atividades e interesses restritos, estereotipados e repetitivos. O primeiro relato foi feito em 1944 pelo próprio Hans Asperger, mas ele a intitulou na época como psicopatia autistica e somente em 1981, Lorna Wing introduz o termo síndrome de Asperger. Por não ter uma etiologia confirmada, esta síndrome pode levar a diagnósticos tardios, muitas vezes errados, pois a SA facilmente pode ser confundida com outras síndromes, com conseqüências devastadoras para os pacientes, principalmente no que se refere ao desenvolvimento da linguagem desses indivíduos. Em sua primeira descrição Asperger caracterizou o uso estereotipado, desajeitamento, interesses obsessivos e déficits no comportamento social duradouros de personalidade, afetando preferencialmente meninos.
A SA ainda caracteriza-se pela alteração a nível prosódico, com a fala pedante desses indivíduos e dificuldades na semântica como, o sujeito é incapaz de realizar uma representação de uma representação, ou seja, uma metarepresentação com dificuldade em dar significado ao significante e até mesmo de identificar e diferenciar sentimentos.
O tratamento indicado para alteração a nível prosódico e semântico são as terapias fonoaudiológicas onde o fonoaudiólogo vai observar e estimular um melhor desenvolvimento no processo comunicativo interacional no discurso desses indivíduos suavizando a prosódia e automaticamente melhorando e adequando a semântica.

aquisição da linguagem X deficiência auditiva

Fonoaudiólogos X Professores: Troca de conhecimento como forma de beneficiar a identificação e a atuação de ambas as partes no processo de reabilitação do individuo portador de deficiência auditiva.


Segundo Cupello (1993), a aquisição da linguagem é feita parcimoniosamente, com um longo período de estimulação auditiva, para a comunicação, em que a criança vai começando a desenvolver sua linguagem compreensiva.  A primeira palavra, intencional, surge geralmente por volta dos 10 aos 12 meses, e este fato é sem sombra de dúvida, um grande feito. Houve um período de compreensão que antecedeu o da expressão, e isto é um fato importante.
Ainda segundo Cupello (1993), quando a criança atinge este estágio, 60% da maturação neurofisiológica de um adulto foram alcançados pela criança. A grande fronteira que divide a linguagem da pré-linguagem não e totalmente alcançada quando a criança emite sua primeira palavra intencional, na realidade, outros fenômenos ainda ocorrerão mais ou menos até os 18 meses, quando o processo lingüístico deslancha.
O atraso de linguagem pode ser caracterizado quando o potencial lingüístico evidenciado é inferior àquele que é esperado em relação a  idade cronológica da criança, tendo-se como modelo o potencial lingüístico da maioria das crianças da idade em questão. Logo quando uma criança não diz sua primeira frase ate pouco mais de 2 anos, ela também estará num quadro de atraso de linguagem, porque a maioria das crianças dessa faixa etária já se expressa através de frases sendo que na maioria desses atrasos estarão ligados a problemas auditivos. (CUPELLO, 1996).
De acordo com Kaufman (1996), uma criança para ter um bom desenvolvimento lingüístico e necessário que o mesmo tenho uma boa audição e que ela seja estimulada através das suas percepções auditivas.
A atuação fonoaudiológica que tem como enfoque trocar conhecimentos com os professores além de visar a melhora na detecção dos portadores de deficiência auditiva visa também melhorar a atuação fonoaudiologica no tratamento dos deficientes auditivos (DA), pois quanto mais cedo forem identificado os problemas auditivos mais favorável será a reabilitação dos portadores.  
                A deficiência auditiva pode trazer inúmeras conseqüências, no que diz respeito à aquisição da linguagem numa linguagem mais técnica podemos chamar de “seqüelas”; isto acontece, porque a perda auditiva interferira na aquisição da linguagem do individuo. Logo, quando os professores estão a par de todas as formas de conhecimentos sobre como identificar um portador de deficiência auditiva facilitara de forma grandiosa a reabilitação desses portadores de DA. 


Gagueira não tem graça...tem tratamento

A disfemia é um distúrbio da fluência da fala que se caracteriza pela interrupção de ritmo, mais ou menos brusca, da expressão verbal. A ruptura do discurso é acompanhada de outros sinais anormais que afetam funcionalmente a coordenação fono respiratória e o tono muscular, bem como respostas emocionais e negativas.
A este distúrbio do ritmo da fala (gagueira), soma-se uma série de fatores psicopatológicos que complicam o quadro, transformando a disfemia em uma síndrome complexa e de difícil tratamento. A descoordenação dos movimentos seria responsável pela gagueira básica, enquanto a alteração emocional seria um fenômeno secundário à gagueira, adquirido e responsável pela complicação e persistência do distúrbio. Sua etiologia é ainda hoje mal conhecida. Não se reconhece uma causa única, sendo polifatorial.
A semiologia básica da disfemia é constituída por duas formas diferenciadas de gagueira: Gagueira tônica e Gagueira clônica, ambas as formas de gagueira costumam ocorrer concomitantemente no mesmo indivíduo, com maior predomínio de uma delas.
 Tipos de Gagueira
  • Gagueira tônica: caracterizada por uma fala entrecortada, com espasmos que afetam diversos grupos musculares relacionados a fonação, que provocam um bloqueio da fala.
  • Gagueira clônica: produzida por breves e rápidas contrações bucais que dão lugar a uma repetição compulsiva de vocábulos.
 Etiologia
As diferentes versões evocadas acerca da etiologia da disfemia, desde as teorias psicogênicas até as somatogênicas, não foram capazes de dar nada além de explicações parcialmente plausíveis da questão. Atualmente, busca-se uma abordagem integradora que relacione fatores somáticos de caráter hereditário a fatores psicológicos responsáveis pela persistência e complicação do problema.

 Incidência e evolução
As diferentes estatísticas feitas sobre a da incidência da disfemia, pode-se dizer que em torno de 1% das crianças pequenas apresentam anomalias de fluência verbal, que poderiam ser catalogadas como provável disfemia. O certo é que não existem estudos definidos sobre este particular. A disfemia afeta uma mulher para cada 3 ou 4 homens e seu início antes dos 8 anos, em 9 de cada 10 casos.
Em alguns casos, a intensidade da sintomatologia diminui ao chegar a adolescência. Em muito poucos casos, o problema desaparece espontaneamente e na imensa maioria persiste durante toda a vida.

Sintomatologia
  • Dificuldade em articular;
  • Evita falar;
  • Pode articular palavras, mas não frases longas.
Metodologia da Avaliação
            O primeiro encontro do fonoaudiólogo com o indivíduo que gagueja pode ser realizado de modo informal, obtendo se um bom contato terapêutico com o paciente e com a família e buscando os seguintes objetivos: Obter uma impressão diagnóstica confiável, informar brevemente o paciente e/ou família das características do distúrbio e planejar a terapêutica a ser seguida bem como uma primeira impressão de prognóstico sem dar a priori falsas expectativas de solução.
            A avaliação completa requer várias sessões, não somente devido à duração dos testes, mas também em razão da variabilidade da gagueira de um momento para o outro.
            Tratamento
Objetivos do tratamento
A eliminação total da gagueira não pode ser vista como objetivo a ser alcançado com garantias de êxito, sobretudo quanto mais velho for o disfêmico. O ponto de vista terapêutico mais razoável é tentar eliminar o máximo a sintomatologia associada à gagueira, típica de disfemia constituída e, no caso da criança pequena, tentar evitar que a gagueira se complique.

As desordens temporomandibular (DTM) pode ocasionar perda auditiva?

As desordens temporomandibular (DTM) não constituem uma única doença, mais sim um conjunto de sinais e sintomas tais como dor, sons nas articulações temporomandibulares (ATM) e movimentos mandibulares restritos.
Nos últimos anos, manifestações otológicas de pacientes que apresentam DTM tem sido alvo de inúmeras pesquisas. Sintomas como zumbido (tinnitus), vertigens, tonturas, otalgias, cefaléias, sensação de plenitude auricular e de perdas auditivas foram descritas como possíveis manifestações destas desordens.
O músculo tensor do tímpano, o tensor do véu palatino e os músculos da mastigação possuem inervação vinda do trigêmeo. Espamasmos ou hiperatividade dos músculos da mastigação poderiam afetar o músculo tensor do tímpano, gerando um aumento na pressão intralabirintica, isso seria transmitido através da cadeia ossicular.
Como o músculo tensor do tímpano compartilha mudanças similares de tônus com os músculos da mastigação, vibração e clono do mesmo poderiam levar à ocorrência de sintomas como zumbidos, vertigens e alterações auditivas.
Apesar de ainda não existir um consenso sobre origem dos sintomas otológicos em pacientes com DTM, a literatura apresenta uma série de trabalhos que comprovam essa associação e a maioria dos pesquisadores acreditam na possibilidade da DTM causar perda auditiva, uma vez que a desarmonia do sistema estomatognático interfere nas atividades funcionais causando sintomas otológicos.

Maiores informações:
Fonte: http://www.saudeauditiva.org.br/perda_auditiva/perda_detalhe.asp?id=2

AUTORES:
Paulo I. Seraidarian – Mestre e Doutor em Odontologia Restauradora – área de concentração Prótese Buco-Maxilo-Facial, coordenador do curso de Mestrado em Prótese Dentária da PUC-MG, professor responsável pela Disciplina de Oclusão e ATM da Universidade Ibirapuera-Unib, professor assistente do Departamento de Prótese Dental da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos-UNESP.

Camilo A. Melgaço - Cirurgião-Dentista graduado pela Faculdade de Odontologia da UFMG, aluno da graduação do curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina e Fonoaudiologia da UFMG, aluno do curso de Mestrado em Odontologia-Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da UFRJ, professor do curso de Formação de Auxiliares de Consultório Dentário (ACD) da Faculdade de Odontologia da UFMG.

Sônia R. Dutra – Cirurgiã-Dentista graduada pela Faculdade de Odontologia da UFMG, aluna do curso de Residência em Oclusão da PUC-MG, professora do curso de Formação de Auxiliares de Consultório Dentário (ACD) da Faculdade de Odontologia da UFMG.